Não sou o dono
da verdade, pelo contrário, longe disso. Este texto somente faz uma
reflexão/análise (sem caráter científico) sobre alguns comportamentos que
observo diariamente na internet e no contato pessoal. São modos de agir que contém contradições e preconceitos velados. Veja a seguir:
O sujeito repudia qualquer
ação racista perante a sociedade, mas dentro de casa diz que a parede de sua sala
não foi bem pintada, portanto, diz que foi um ‘serviço de preto’.
Exige a saída do
deputado Marco Feliciano (PSC) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara dos Deputados, por conta de suas declarações homofóbicas e racistas, entretanto, em jogos de futebol envolvendo o
São Paulo, é ‘bambi’, para cá, ‘viado’ para lá, expressões muitas vezes utilizadas em
tom pejorativo.
Afirma de
maneira contundente que não participa do processo eleitoral para eleger nossos
representantes (afinal alguém tem que fazer esse papel), porém, critica todas
as instituições de forma generalizada e a ‘ignorância’ do povo – de que acha
não fazer parte pelo seu intelecto desenvolvido. Ora, se foi omisso na escolha,
agora reclama?
É o conceito de
que tudo é pior no Brasil. Claro que temos graves problemas (de morosa e
complicada solução em relação a países da Europa, por exemplo), todavia, para
muitos, as dificuldades existem somente por aqui. Só em nosso país temos
péssimos políticos que não tem jeito, corrupção, obras paradas, burocracia.
Voltando, o cidadão aplaude em pé a
decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) (sem entrar no méritos partidários ou de decisões), contudo, não sabe explicar em que consistiu o ‘Mensalão’, e
muito menos a teoria do ‘domínio do fato’, utilizado pelo relator do caso,
Joaquim Barbosa para condenar os dois principais petistas envolvidos (Dirceu e
Genoíno).
Em muitos casos,
é o mesmo sujeito que lê as manchetes dos principais jornais e as toma como
‘verdades únicas’. Pronto, mais uma opinião formada sem quase nenhuma leitura,
sem o natural cruzamento das informações consumidas. É uma espécie de fast-food
da notícia, onde se leva um lanche gorduroso, sem guardanapo, para ser inserido
rápido em meio ao dia corrido.
Outra fonte de
informação fidedigna são as fotos/notícias do facebook, compartilhadas em
correntes promovendo a desinformação e o ódio generalizado ao
Legislativo e ao Executivo. Maçã boa, maçã podre. Isso tem em todo lugar.
Repudia e xinga
infratores no trânsito por pararem em fila dupla, no entanto, se for para
buscar o filho na escola, tudo bem. É rapidinho, e por uma causa maior. O mesmo
pensamento serve para a vaga destinada a pessoas com necessidades especiais.
“Parei somente por uns minutinhos”.
Reclama dos
alagamentos nas ruas, em sua casa, mas esquece que aquele lixo no cantinho, ou
a série de bitucas de cigarro jogados na rua contribuem e muito para o problema.
Ao ‘bater’ o
olho no texto superficialmente, xinga este blogueiro e outros blogs, (isso fora os sites de
notícias) com comentários agressivos, que tentam desqualificar o texto
de qualquer forma, despejando todo o preconceito velado através da ‘identidade
oculta’ que a internet propicia. É o anonimato virtual que exprime o que não se expressa naturalmente na sociedade.