Passando pela
lama espessa fui chafurdar no lixo e em meio a resíduos e maus cheiros encontrei a
venda dos olhos da “justiça”, deformada e escondida em um canto sombrio. A escultura homônima em frente à alta corte,
há algum tempo, tudo vê.
Agora, surge a
preocupação de ser submetido a um olhar parcial, desbalanceado, que delibera
acatando a pressão popular, utilizando para seguir esses anseios, uma teoria que
prega suposições e “achismos”, ferindo gravemente o Estado Democrático de
Direito.
Atualmente, a livre
expressão do contraditório, da divergência, também não é mais bem
vista. Ora, desconsiderar um argumento de defesa é válido. Não apreciá-lo,
discuti-lo, deformá-lo, no entanto, revela que o ponto de vista dos réus não
interessa quando se têm cartas marcadas. Não é defender os acusados, mas
garantir equidade na balança.
O sumiço da
faixa nos olhos da “justiça” inquieta e remete a pergunta que não quer calar: de
quem é a verdadeira chicana? A tramoia
que manobra exceções escolhidas a dedo, vai percorrer a esteira da história e, lá
na frente, longe das paixões momentâneas, vamos analisar com calma este período
onde se tem o domínio do fato.
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