sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Campos aposta no esgotamento do lulismo

Governador de Pernambuco
Eduardo Campos (PSB)
O PSB desgarrou-se da base do governo Dilma Rouseff (PT), acabou com uma aliança histórica em diversos Estados em todo país, o que demonstra claramente a ambição do governador de Pernambuco Eduardo Campos em pavimentar caminho para se candidatar à Presidência da República, apostando no esgotamento do ‘lulismo’. 

O afastamento da sigla do PT denota tendência de aproximação com a oposição, que por sua vez, enxerga com bons olhos a mudança de direção de um dos principais aliados do governo. O PT deixou as portas abertas pensando principalmente em eventual segundo turno em 2014. A meta do pessebista é eleger 50 deputados federais (tinha 35 e perdeu 6) para incrementar tempo de TV e fundo partidário para 2018. Para isso, Campos acredita que o descolamento é fundamental para o projeto ganhar corpo e um retorno é muito improvável, como afirmou recentemente a Lula, seu padrinho político que tentou evitar a debandada.  

Antes que o governo agisse, as pastas do Desenvolvimento e dos Portos foram entregues pelos ministros Fernando Pimentel (PSB) e Leônidas Cristino (PSB) e a partir daí as rupturas começaram a aparecer aproveitando o prazo limite para troca partidária, amanhã (5). Cid Gomes, governador do Ceará, e Ciro Gomes, atualmente na secretaria da saúde no governo de seu irmão, deixaram a agremiação e se filiaram ao neófito PROS (Partido Republicano da Ordem Social) que tende a apoiar o governo.

Agora, inimigos históricos do petismo que não escondem seu viés conservador foram atraídos pela sigla liberal. Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen assinaram esta semana sua filiação no PSB. Na busca de palanques regionais Campos costura acordos com PSDB, DEM e PPS em 20 Estados. Puxadores de voto do esporte como Romário, Fernando Scherer, Leonardo Moura e Edmundo também aderiram à sigla.

Eduardo Campos, notavelmente um quadro importante na política nacional, percebeu o esgotamento do modelo ‘lulista’, e aderiu ao establishment político visando ser uma opção real de oposição ao governo. Agora, o grande desafio do pessebista será desbancar o PT em sua base. Caso consiga retirar votos de Dilma no Nordeste em 2014, Campos deixará claro que seu papel de coadjuvante rodeando a polarização PT x PSDB será de fundamental importância para o pleito.   

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