terça-feira, 1 de outubro de 2013

José Serra vai aceitar papel coadjuvante?


Foto: Alan Marques/FolhaPress
O projeto escalonado do ex-governador José Serra desceu diversas escadas após as sucessivas derrotas para o PT. O tucano não fez frente a Lula em 2002, caiu diante de Dilma Rouseff em 2010, e não foi páreo para o novato Fernando Haddad em 2012.

Empolgado com a queda vertiginosa da presidente Dilma Rouseff (PT) após as manifestações de junho deste ano, Serra reapareceu no cenário político e seu destino movimenta de maneira interessante o tabuleiro. De cara, a possibilidade de migração para o PPS chamou a atenção de Serra, mas a fusão com o PMN, que engordaria a sigla, naufragou.

Mesmo com os carimbos no currículo político, o tucano nunca escondeu a ambição de concorrer novamente à presidência da República, o que acarretaria numa disputa interna com o senador e mandatário do partido, Aécio Neves. Com nenhuma outra possibilidade no horizonte Serra adotou silêncio sobre seu futuro que foi encerrado hoje (1), a quatro dias do prazo final para filiações em outras siglas, regra determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um ano antes das eleições.

E, como era aguardado, o tucano não abandonará o ninho. Bater vôo para o PPS, partido com poucas alianças nos Estados, pouco tempo na propaganda de TV e recursos escassos seria uma aventura arriscada e Serra não quer mais descer escadas.

A decisão coloca no ar a possibilidade de prévias, mas Serra sabe que suas chances são praticamente nulas diante de um adversário como Aécio, presidente da sigla que tem o partido nas mãos. Sobra então vagas para a disputa de cadeira no Senado ou na Câmara, tendo a primeira opção grande risco de nova derrota. Outra via seria apoiar Aécio e garantir algum Ministério no governo do mineiro.

Entretanto, quem conhece as bicadas ferrenhas entre os tucanos e o projeto do ex-governador de São Paulo sabe que a permanência de Serra significa confusão. Nomes importantes do grupo serrista já manifestaram em tom de ironia que iriam "apoiar Aécio assim como ele apoiou Serra em 2010". O auxílio de Geraldo Alckmin é dado como certo, porém o governador de São Paulo tentará à reeleição fazendo papel comedido. Com isso, o enfraquecimento das bases paulistas devem prejudicar Aécio  e as bicadas internas devem ser o prenúncio de um ano eleitoral agitado.

A escalada de José Serra rumo à presidência da República no seu projeto cego, sem limites, não permite papel coadjuvante no caminho, e portanto, vai na contramão do partido, batendo de frente com a caravana mineira. É só aguardar. 
ã Câmara, tendo a primeira opçãoum adversleiro.

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