domingo, 6 de outubro de 2013

Rede e o Shangri-La partidário

Marina Silva e Eduardo Campos
Foto: Reprodução
Com os pés fincados nos pilares da sustentabilidade e na defesa dos grupos ambientalistas na criação de sua Rede, a ex-senadora Marina Silva retornou à realidade partidária onde as legendas não diferem no fisiologismo político.

A decepção de parte da militância da Rede, que aguardava a criação de uma agremiação que fizesse uma “nova política”, longe de relações promíscuas e nomes jurássicos, ganhou força com a filiação “simbólica” de Marina no PSB.  

Em 2011, na votação do Código Florestal, 27 dos 30 deputados do PSB votaram a favor da bancada ruralista. No ano passado, o bloco ficou dividido: 16 votos para a tese ambientalista e 9 contra. Com a concretização de uma chapa puro sangue com Eduardo Campos – onde Marina deve ser a cabeça – não será difícil ver a ex-senadora dividindo palanques nas cidades com Heráclito Fortes e Paulo Bornhousen. Na curva à direita na busca de apoio, o PSB já conversa com DEM e PPS, o que pode enfraquecer possível campanha de Aécio Neves – que vê no retrovisor o incômodo José Serra – empolgado pela movimentação de Marina que pode ressoar seu nome no ninho tucano.

Chavismo

Marina está certa ao criticar o casuísmo na tentativa de aprovação no Congresso de projeto que sufocava as novas legendas, diretamente apoiado pelo Planalto. No entanto, falha ao comparar a continuidade do governo petista ao chavismo. “Chávez mudou a lei eleitoral para garantir maioria no Parlamento – mesmo perdendo votos; pressionou a imprensa e a mídia, partidarizou o governo. Nada disso pode ser assacado contra os governos Lula e Dilma, a não ser por aqueles que têm pouca preocupação com a realidade. A própria nomeação de petistas para cargos de confiança não deve ter sido maior que a de tucanos e pefelistas no governo FHC, e, além disso, está muito longe do que fez Chávez”, diz o professor de Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro.

Teorias de alguns pensadores gastam muitas linhas para mostrar a “progressão do Chavismo no Brasil”, implementada silenciosamente pelo PT. Coisa da América Latina. Na Alemanha a reeleição de Ângela Merkel não é encarada de maneira pejorativa. Faz parte da democracia, ora. A compra de votos para a reeleição de FHC em 1998 parece uma gastrite incurável para quem está na oposição. Oh, dor de estômago maldita! 

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